Secretário é preso acusado de corrupção

segunda-feira, 5 de maio de 2008

O secretário municipal de Obras de Campo Mourão, Munir Abdel Karim Dawud Dayeh, foi preso ontem acusado de corrupção passiva e peculato (funcionário público que se apropria de bem público ou privado em virtude de seu cargo, em proveito próprio ou alheio). Ele teria se apropriado de R$ 19 mil de um empresário que ganhou uma licitação da prefeitura para entregar materiais.

A prisão foi feita pelo serviço de inteligência da Polícia Militar e contou com a participação de dois promotores de justiça da Comarca de Campo Mourão. A detenção aconteceu em frente a uma loja de materiais de construção logo após o secretário ter recebido o suposto dinheiro. O pagamento foi feito pelo empresário, Elpidio Koch, que antes da entrega fez cópias das notas do dinheiro. O comerciante afirma ainda que toda a ação foi gravada.

Koch explica que ganhou uma licitação da prefeitura de R$ 54 mil em materiais de construção. Segundo ele, parte do valor, entre R$ 22 e R$ 25 mil, foi entregue pela loja em produtos. “O secretário me procurou e disse que precisava de dinheiro para pagar alguns compromissos particulares, que não sei quais. Não achei certo e denunciei o caso no Ministério Público”, frisa.

O empresário diz que foi marcada para ontem a tarde a entrega do dinheiro. “Quando ele (o secretário) estava saindo da loja foi detido com o dinheiro na mão”, pondera Koch. Conforme ele, o restante do dinheiro da licitação seria retirado em materiais de construção.

De acordo com o delegado da 16ª Subdivisão Policial de Campo Mourão, Haroldo Luiz Vergueiro Davison, as investigações continuarão. Os policiais encontraram no interior do carro do secretário R$ 3 mil em dinheiro. Davison ressalta que será apurado se o dinheiro também faz parte de outras extorsões. “Vamos continuar investigando para ver se alguma outra firma não participou dessa modalidade criminosa. Queremos esclarecer a verdade. O empresário agiu corretamente e todos deveriam agir da mesma maneira, assim este tipo de crime deixaria de existir”, assegura.

Segundo o delegado, Karim passaria a noite detido em uma cela na carceragem separados dos demais presos. Por intermédio de Davison, o secretário disse que não se pronunciaria à imprensa ontem.

Fonte: Tribuna do Interior - 30/04/2008

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